Os cactos absorvem e armazenam dióxido de carbono durante a noite, e então esperam até que seja de dia para completar as reações dependentes de luz. Imagem por DGustafson.

Você já pensou em quanta água você precisa beber em um dia? Ou em quanta água as plantas em um jardim precisam? A maioria das pessoas tem que beber pelo menos dois litros de água por dia para se manter saudáveis. Isso equivale a cerca de quatorze litros de água em uma semana. Algumas plantas precisam de mais do que isso. Os seres humanos e muitas plantas, incluindo as frutas e legumes que comemos, precisam de muita água todos os dias. Ficar meses sem água parece impossível.

No entanto, algumas plantas são adaptadas a fazer exatamente isso. Por exemplo, alguns cactos podem sobreviver por meses sem chuva. Eles prosperam em muitos desertos ao redor do mundo, em condições quentes e secas.

O que é um cacto?

Os saguaros são adaptados a sobreviver a longos períodos quentes e secos durante o verão. Imagem por Miwasatoshi.

Cactos são um tipo de planta suculenta. As suculentas têm um interior esponjoso que armazena uma grande quantidade de água. Elas têm também uma epiderme muito espessa e cerosa cobrindo a parte externa da planta. Epiderme vem de duas palavras: "epi" significa cobertura, e "derme" significa pele.

Suculentas geralmente não têm folhas normais como as árvores. Em vez disso, as folhas em um cacto são seus espinhos. Ao contrário das árvores, cujas folhas realizam fotossíntese, os espinhos dos cactos são duros e afiados, protegendo-os dos animais. Os cactos realizam fotossíntese na sua epiderme, e é por isso que a planta inteira é verde.

Viver sem água

Quando chove no deserto, os cactos absorvem rapidamente grandes quantidades de água através de suas raízes. O interior de um cacto é como uma esponja, permitindo que ele possa armazenar uma tonelada de água. De fato, alguns cactos saguaro podem conter até 907 quilos de água. Os cactos sobrevivem usando esta água durante os períodos secos sem chuva.

Cactos vivem por meses sem água porque eles precisam de quantidades muito pequenas de água para fazer a fotossíntese. Especialmente nos desertos quentes e secos, as plantas perdem uma grande quantidade de água quando abrem seus estômatos para absorver dióxido de carbono usado na fotossíntese. Os cactos perdem menos água porque abrem seus estômatos apenas durante a noite. À noite faz mais frio e não é tão seco, o que significa que menos água irá evaporar a partir da planta.

A maior parte do dióxido de carbono entra nas plantas através dos estômatos, que são pequenas aberturas guardadas por células. A maioria dos estômatos é encontrada nas folhas das plantas. Clique para mais detalhes.

Respirando durante a noite

Apesar de os cactos obterem o dióxido de carbono de que necessitam durante a noite, ainda é preciso luz do sol para que a fotossíntese aconteça. Os cactos armazenam o dióxido de carbono que absorveram durante a noite em suas células sob a forma de um composto químico chamado ácido málico.

Em plantas CAM, o dióxido de carbono só é absorvido durante a noite, quando os estômatos estão abertos. Clique para mais detalhes.

Durante o dia, o ácido málico é convertido em dióxido de carbono. Com o sol brilhando, as reações dependentes de luz podem gerar energia para o ciclo de Calvin e o dióxido de carbono pode ser convertido em açúcares. Este tipo de fotossíntese é conhecido como Metabolismo Ácido das Crassuláceas (ou CAM, sigla em inglês) por causa da armazenagem de dióxido de carbono na forma de um ácido durante a noite.

Conforme os biólogos continuam a estudar a fotossíntese nas plantas, aprendemos que mais plantas além dos cactos usam a fotossíntese por CAM. Por exemplo, algumas plantas podem ligar e desligar o CAM. Até mesmo algumas plantas aquáticas usam a fotossíntese por CAM. Plantas CAM são encontradas no mundo inteiro e demonstram uma adaptação importante dos vegetais a ambientes em que a água ou o dióxido de carbono estão em falta.

Imagens via Wikimedia Commons. Imagem de Lampranthus sp. por Frank Vincentz. Folha em corte e Ciclos de claro/escuro por Sabine Deviche.