Células de Hadley: um tipo de movimento do ar próximo ao equador, onde o ar sobe, depois se move para o norte e sul, e volta a descer em direção à Terra. Nomeado em homenagem a George Hadley, que estudou a atmosfera.
Latitudes médias: as áreas da Terra entre, aproximadamente, 24 e 66 graus de latitude norte e sul do equador.
Precipitação: água que cai da atmosfera, seja como chuva, neve ou outra forma.
Umidade: uma medida da quantidade de vapor de água (água na forma gasosa) presente no ar. Quanto mais água mais úmido o ar.
Quando você imagina um deserto, pode pensar em calor, areia e muito espaço vazio. Embora muitas vezes isso possa descrever um deserto, nem sempre ele é assim. Por exemplo, pense no continente da Antártica.
A Antártica é coberta de gelo e tem temperaturas mínimas que atingem abaixo de -80 ° C (-112 ° F). Mas a Antártica recebe muito pouca chuva e neve, o que a torna um deserto. A baixa quantidade de chuva ou outra precipitação que cai das nuvens, como neve ou granizo, é frequentemente o que define um deserto.
A maioria dos desertos recebe menos de 50 centímetros de precipitação por ano. Alguns desertos, porém, como o deserto de Atacama, na América do Sul, quase não recebem chuva. Por que será que alguns biomas, como as florestas tropicais, recebem tanta água enquanto os desertos recebem tão pouca água? Ou, pensando nisso de outra maneira, que locais e condições podem criar um deserto?
Uma coisa importante que influencia onde os desertos ocorrem é uma propriedade física do ar - ele pode reter mais água quando está mais quente.
Os desertos cobrem cerca de 20% da Terra e estão em todos os continentes. Eles são encontrados principalmente em torno de 30 a 50 graus de latitude, nas chamadas latitudes médias. Essas áreas estão a meio caminho entre o equador e os pólos norte e sul.
Lembre-se de que o ar quente e úmido sempre sai do equador. À medida que esse ar sobe mais alto no céu, ele esfria. O ar frio retém menos água do que o ar quente. Isso significa que, à medida que o ar esfria, formam-se nuvens que liberam a maior parte da água que elas retêm. Como o ar que esfriou está acima do equador, a umidade volta a cair nos trópicos.
Conforme o ar quente continua subindo do equador, ele empurra o ar mais frio. O ar frio se move para o norte e para o sul antes de descer em direção ao solo, a cerca de 30 a 50 graus de latitude ao norte e ao sul do equador.
Com o ar quente subindo acima do equador e o ar frio descendo ao norte e ao sul, dois padrões circulares de movimento do ar são criados ao redor do equador. Esses padrões de circulação de ar são chamados de células de Hadley.
Quando o ar frio começa a se mover de volta pra perto do chão, ou a descer, ele começa a esquentar novamente. Esse ar quente e seco pode reter muita água; portanto, ele começa a sugar o pouco de água que existe ali. Entre 30 e 50 graus de latitude ao norte e ao sul do equador, esse ar que desce torna o ar seco ainda mais seco. Isso também transforma o local abaixo dele em um deserto.
Ouça Joellen Russell discutir as células de Hadley (somente em inglês).
Muitas vezes você encontra um deserto em um lado de uma cadeia de montanhas, mas não no outro. Por que será que isso acontece? Se pensarmos novamente no ar que sobe e desce e que ajuda a criar os desertos, pode ser que faça um pouco mais de sentido.
Imagine nuvens quentes cheias de vapor d'água, sempre se movendo em direção a uma cordilheira alta, e vindo de uma mesma direção. Para que as nuvens atravessem a cordilheira, elas são forçadas a se elevar acima do pico dessas montanhas. Isso esfria o ar, e a água que era transportada como vapor, ou água no estado gasoso como o ar, é espremida como água líquida. Essa ação transforma a maior parte do vapor d'água em chuva, e essa chuva cai naquele lado da montanha a partir de onde as nuvens se moviam, chamado de barlavento. Este lado das montanhas recebe muita chuva.
Mas aí, depois que as nuvens atravessam as montanhas e despejam a maior parte de sua água, elas descem do outro lado das montanhas, que é chamado de sotavento. O vento continua a conduzir o ar que agora está frio e seco, mas, à medida que o ar se desce pela encosta das montanhas, torna-se mais quente. Isso significa que o ar pode reter muita água de novo e, assim, de novo ele começa a armazenar água. Isso retira água do solo e cria áreas muito secas de deserto no sotavento da cordilheira - o que chamamos de sombra seca.
Você pode ter ouvido falar de colchões de água, mas e cobertores de água? Não é um cobertor feito de água líquida, mas um feito de vapor de água. O vapor d'água é essencialmente água no estado gasoso, como o vapor que sai de uma panela de água fervendo. Como os desertos são muito secos, eles têm umidade muito baixa, que é a medida do vapor de água no ar. Mas o que o vapor de água faz por um bioma?
Muito vapor de água no ar faz com que o ar atue como um cobertor de água, que mantém o calor ou o frio melhor do que o ar que tem pouco vapor de água. Como os desertos têm tão pouco vapor de água no ar, fica mais difícil reter o calor ou o frio no deserto.
À noite, o sol não aquece mais o deserto e o calor do dia não consegue ficar preso. Por causa disso, alguns desertos podem ficar frios à noite, e sua temperatura pode cair abaixo de 4° C, que é definitivamente um clima em que a gente precisa usar casaco.
Durante o dia, o ar frio formado durante a noite não consegue ficar preso. Por esse motivo, quando o sol nasce, pode ficar muito quente muito rapidamente. Às vezes, pode atingir mais de 49 ° C no deserto no dia seguinte.
Imagens adicionais de Tomas Castelazo e Tahoenathan.
Karla Moeller. (2020, August 06). Desvendando os desertos , (Mariana Grizante, Trans.). ASU - Ask A Biologist. Retrieved December 26, 2024 from https://askabiologist.asu.edu/portuguese/deserto
Karla Moeller. "Desvendando os desertos ", Translated by Mariana Grizante. ASU - Ask A Biologist. 06 August, 2020. https://askabiologist.asu.edu/portuguese/deserto
Karla Moeller. "Desvendando os desertos ", Trans. Mariana Grizante. ASU - Ask A Biologist. 06 Aug 2020. ASU - Ask A Biologist, Web. 26 Dec 2024. https://askabiologist.asu.edu/portuguese/deserto
O Vale da Morte, na Califórnia (EUA), é o deserto em que foi registrada a temperatura mais alta da Terra.
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